Médicos foram recepcionados pelo prefeito |
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Praia Grande quer implantar uma faculdade de Medicina por meio do Programa Mais Médicos, criado pelo Governo Federal para melhorar o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde. A intenção foi confirmada pelo prefeito do Município, Alberto Mourão, nesta segunda-feira (4), na sede da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), durante a recepção para os profissionais nacionais e estrangeiros oriundos do programa, que atuarão na Cidade.
Mourão confirmou que pretende agendar em breve uma reunião com os prefeitos das outras cidades do Litoral Sul para apresentar a proposta e debater o tema. “As cidades têm dificuldades na contratação de médicos. Faltam profissionais no País e esse é um problema crônico. Acredito e defendo o Mais Médicos. O programa tem essa virtude. Mas é preciso preparar mecanismos para criar alternativas pensando no futuro. Praia Grande vai trabalhar para implantar o curso de Medicina e formar novos profissionais”.
Além de levar médicos para regiões onde há escassez e ausência de profissionais, o programa prevê iniciativas para estimular a abertura de novos cursos de Medicina e também aumentar o número de vagas em escolas já existentes. Praia Grande atende os pré-requisitos necessários, como ter mais de 70 mil habitantes, para que instituições particulares proponham a abertura de cursos da área.
O prefeito citou dois exemplos para ilustrar a importância do desenvolvimento do Mais Médicos. “Visitei recentemente, em um estado fora do centro do País, uma cidade pequena, de apenas três mil habitantes, com um único colégio e que não tinha médico. Ninguém quer trabalhar lá. Mas essas pessoas têm problemas e precisam ser atendidas. Estive em Redenção da Serra, próxima a Taubaté e São José dos Campos, e o município também não possuía nenhum profissional. Nesse segundo momento estamos falando do Estado de São Paulo, o mais desenvolvido do Brasil. Uniformizar o atendimento de saúde em todas as regiões brasileiras é fundamental para a qualidade de vida da população”.
Durante o encontro, Mourão ratificou a meta de investir cada vez mais no setor de atenção básica, a porta de entrada do sistema de saúde. Destaque para a contratação de profissionais, modernização de unidades já existentes e construção de novos equipamentos. As ações municipais buscam reverter uma rotina que se estabeleceu ao longo dos últimos anos: o aumento dos atendimentos de emergência e a redução das consultas na atenção básica. Em 2012, um total de 24,5% dos serviços prestados foram na atenção básica, contra 63% de urgência e emergência e 11% de especialidades.
“Sou defensor do atendimento primário e do Programa Saúde da Família. A prevenção é fundamental. Isso não se faz em um pronto-socorro ou hospital. Vamos estabelecer um processo de retorno de acessibilidade à saúde básica”, disse o administrador municipal. Recepção - Com a conclusão da segunda fase do programa do Governo Federal e a chegada de mais seis médicos cubanos, Praia Grande totaliza 11 profissionais que serão utilizados em Usafas e UBSs. Na primeira etapa, a Cidade foi contemplada com cinco, dois brasileiros e três vindos de fora do País.
“Quero agradecer a vinda desses médicos e aproveito para desejar bom trabalho para todos. A equipe da Sesap está se empenhando para estruturar toda a rede de forma igualitária e proporcional em todas as regiões. A condição de trabalho para estes profissionais será ainda melhor nos próximos anos”, destacou o prefeito.
No cadastramento inicial do Mais Médicos, o Município havia solicitado 27 profissionais. O Ministério da Saúde informou à Sesap que até o final de março de 2014, com o fechamento do terceiro ciclo, esse número deverá ser alcançado.
O titular da Sesap, Francisco Jaimez Gago, também participou da recepção e enalteceu o comprometimento dos profissionais. Outro ponto destacado pelo dirigente foi a postura acolhedora apresentada pelos trabalhadores da secretaria com relação aos novos colegas. “Esse tipo de atitude mostra que Praia Grande está no caminho certo para fortalecer cada vez mais o sistema da saúde”.
Motivação - Os médicos brasileiros já estão trabalhando na atenção básica. Ana Paula Moraes Figueiredo atua na Unidade de Saúde da Família (Usafa) do Bairro Samambaia e Tiago Lobianco na Usafa Mirim. Os estrangeiros aguardam o Ministério da Saúde expedir os registros profissionais para iniciarem suas atividades.
Animada com os primeiros dias de trabalho, Ana Paula Moraes comentou que o carinho dos pacientes em cada consulta fez perceber que havia tomado a decisão certa. “Já conhecia Praia Grande. Nesse momento inicial estou organizando os atendimentos e estabelecendo algumas estratégias para beneficiar a população. Quero poder ajudar da melhor forma”.
Durante o período de treinamentos, os médicos cubanos serão apresentados aos protocolos municipais da saúde e do perfil social, econômico e epidemiológico local. Na última parte, já em campo, os profissionais acompanharão algumas consultas nas unidades.
O médico cubano generalista, Omar Estrada Ramirez, afirmou estar motivado para colaborar no desenvolvimento do sistema de saúde praia-grandense. “Esse é um desafio profissional e pessoal. Estou muito feliz por estar no Brasil e quero dar o meu melhor durante os atendimentos às pessoas nas unidades”.
Investimento – Paralelo ao Mais Médicos, Praia Grande também está investindo na contratação de profissionais da área. Recentemente foi realizado um concurso público e, em breve, novos médicos serão convocados.
Já começaram os trabalhos de revitalização e ampliação de cinco unidades de saúde do Município. São elas: o Ambulatório Ocian e as Usafas Ribeirópolis, Samambaia, Mirim e Tupiry II. Os serviços compreendem a readequação e construção de novas salas de atendimento e de espera, ampliando a área útil dos prédios. O investimento será de aproximadamente R$ 530 mil e beneficiará os cerca de 50 mil moradores das localidades atendidas por estes postos de saúde.
Além da ampliação das unidades, mais uma Unidade de Saúde da Família está sendo construída no Bairro Esmeralda e deve ser entregue no início de 2014. A construção de outras sete unidades está prevista para os próximos três anos.
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